Carnaval

Carnaval sem verba e sem escolas

A festa de Pelotas não motivou sequer patrocinadores

Infocenter -

* Editada às 9h20min para acréscimo de informações

Sem dinheiro, as escolas de samba do Grupo Especial decidiram se licenciar e não vão desfilar no Carnaval 2018. À exceção da Academia do Samba, que confirmou participação, as demais estão fora. As mirins Mickey e Anjos do Lar igualmente confirmam ausência, assim como o bloco infantil Pica-Pau. A mirim Mocidade do Simões, da mesma forma, pode não desfilar e a Explosão do Futuro virou banda. Em resumo: a Passarela do Samba em Pelotas estará praticamente restrita às bandas e aos blocos burlescos.

A Unidos do Fragata e a General Telles oficializaram o licenciamento da folia em suas páginas no Facebook, no mesmo dia. O risco de endividamento é o principal motivo pelo qual ambas as entidades optaram por ficar fora do Carnaval 2018. Segundo o vice-presidente da Unidos do Fragata, Edson Planella, a expectativa era de a prefeitura efetuar o repasse da verba de subvenção mais cedo, o que não ocorreu.

A presidente da entidade, Andrea Lages, na nota divulgada, disse que não haveria tempo hábil para a confecção de fantasias, adereços e movimentação de componentes com a qualidade que a escola sempre manteve. Por isso não desfilaria com algo totalmente abaixo de um padrão aceitável. Ela salienta a dificuldade financeira, visto que o orçamento é limitado e a entidade ainda teria de arcar com arrecadação tributária de RPA, o que reduziria ainda mais a verba.

Os poucos recursos arrecadados durante o ano foram direcionados para custear o Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI) e a instalação de equipamentos constantes no projeto, visto que a Unidos do Fragata foi notificada em outubro e está com o processo em andamento. Andrea também fala no risco de endividamento da entidade, o que a diretoria não deseja, já que sanou todos os débitos. “Conseguimos estabilizar a escola e resolvemos não arriscar”, completa Planella.

A General Telles, por sua vez, está em obras na sua sede e decidiu priorizar os serviços com vistas a oferecer mais conforto a seus componentes e simpatizantes. Mas frisou também na postagem em rede social que não haveria mais tempo hábil para colocar a escola na passarela, devido à data em que foi feito repasse dos recursos. A decisão foi tomada em reunião de diretoria e, segundo o presidente Marco Moraes, baseada no respeito às cores e à tradição da Telles. “Fazer Carnaval por fazer não combina conosco”, afirma.

A escola já havia adquirido estrutura metálica e lona para cobertura da quadra e agora constrói banheiros novos, churrasqueira e cozinha. “Resolvemos investir na quadra”, reforça Moraes. Conforme ele, a General Telles gastou para desfilar no ano passado R$ 36 mil e recebeu R$ 22 mil de subvenção. “Íamos gastar mais de novo, e fazer a obra e o Carnaval junto seria endividamento na certa. Não vale a pena. Voltamos em 2019”, ressalta o presidente. A Academia do Samba confirmou seu desfile, por meio de sua vice-presidente Daniela Brizolara. Mas nada além disso.

Burlescos terão concurso

As bandas já decidiram que será apenas desfile de participação, mas os burlescos fecharam questão para a realização de concurso, em reunião realizada na noite desta terça-feira (2). A Bruxa da Várzea, que completa 25 anos, vai levar até bolo para a passarela, como já anunciou nas redes sociais.

Folia local não motivou nem patrocinadores

O atraso no repasse da verba é o principal motivo para a ausência de várias entidades, frisa o presidente da Associação das Entidades Carnavalescas, Roberto Nunes. “O que eu concordo, deveria ter sido em novembro”, fala, ao se referir ao dinheiro repassado em dezembro. “Como o Carnaval começa dia 10 de fevereiro, os dirigentes alegam falta de tempo. Carnaval espetáculo não se prepara assim. O dinheiro já é pouco, a metade de 2015, além disso com atraso”, acrescenta.

A Secretaria de Cultura (Secult), através do diretor de Manifestações Populares, Paulo Pedrozo, confirma que a Assecap encaminhou ofício solicitando que se possível o repasse fosse feito em novembro, mas isso está atrelado ao fluxo de caixa da prefeitura, que só conseguiu direcionar o dinheiro em 27 de dezembro.

O fato é que tirando bandas e burlescos, o Carnaval de Pelotas não motivou sequer patrocinadores interessados, embora o projeto cultural tenha sido aprovado pela Lei Rouanet com valor de R$ 663,9 mil. Menos mal que a validade da proposta de captação pode ser prorrogada por mais dois anos.

 

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Sem falsas notícias Anterior

Sem falsas notícias

Sobrevivente do acidente na BR-471 continua em estado gravíssimo em Rio Grande Próximo

Sobrevivente do acidente na BR-471 continua em estado gravíssimo em Rio Grande

Deixe seu comentário